Nos últimos anos, uma mudança silenciosa, mas poderosa, tem redesenhado o mercado de arte brasileiro: a chegada de jovens colecionadores, com idades entre 25 e 40 anos, que estão movimentando galerias, feiras, leilões e plataformas digitais.
Essa geração traz consigo uma nova mentalidade. Em vez de buscar apenas nomes consagrados, esses colecionadores estão mais abertos ao novo, ao arriscado e ao representativo. Muitos têm formação internacional, atuam em áreas como tecnologia, finanças, marketing e startups — e veem na arte um canal tanto de expressão pessoal quanto de investimento cultural e financeiro.
Ao contrário de perfis tradicionais que priorizam segurança e consagração, os novos compradores querem construir coleções com identidade e impacto. Compram obras que dialogam com pautas contemporâneas, como diversidade, ancestralidade, gênero e tecnologia.
A designer Bianca Prado, por exemplo, prioriza artistas indígenas e negros como forma de ativismo. Já o empresário André Vasconcellos criou, com amigos, um fundo privado de investimento em arte. A paulista Luana Sales iniciou sua coleção durante a pandemia e hoje possui mais de 40 obras de artistas contemporâneos.
Esse novo público também impulsiona a digitalização do circuito artístico. Plataformas como Binária e Artsoul vêm crescendo ao oferecer ambientes digitais mais transparentes e acessíveis, conectando artistas e colecionadores de forma direta. Além disso, as galerias estão investindo em:
Segundo dados da Abact, o número de transações com compradores abaixo de 40 anos cresceu 35% entre 2022 e 2024, refletindo o vigor dessa renovação.
Apesar da empolgação, especialistas recomendam cautela e formação. A arte é, sim, uma paixão — mas também exige estudo, curadoria e contexto. Visitas guiadas, conversas com artistas e mergulhos na história da arte ajudam a afinar o olhar e a fazer escolhas mais conscientes.
Estamos vivendo uma transformação que vai além do mercado: é uma mudança de valores e de visão de mundo. Ao colecionar arte, esses jovens não estão apenas decorando paredes, mas construindo narrativas, apoiando vozes e deixando legados.
A arte brasileira agradece — e se reinventa com eles.
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