Quando pensamos em Andy Warhol, imediatamente nos vêm à mente imagens icônicas como as latas de sopa Campbell, Marilyn Monroe e seus trabalhos cinematográficos. Embora a maior parte da produção criativa de Warhol tenha ocorrido na década de 1960, ele continuou a criar obras de arte até sua morte em 1987. Nos anos finais de sua vida, Warhol começou a explorar a arte digital utilizando computadores Amiga, demonstrando mais uma vez sua capacidade de inovar e se adaptar às mudanças culturais e tecnológicas.
Em uma passagem fascinante da biografia de Steve Jobs escrita por Walter Isaacson, Warhol teve seu primeiro contato com a criação de arte em um computador durante o aniversário de nove anos de Sean Lennon, filho de John Lennon e Yoko Ono. Steve Jobs, cofundador da Apple, trouxe um Macintosh para a festa e mostrou a Warhol como usar o mouse para desenhar. Após algumas tentativas, Warhol conseguiu desenhar um círculo, exclamando animadamente para Keith Haring: “Olha! Keith! Eu desenhei um círculo!”.
Menos de um ano depois, a Commodore lançou o Amiga 1000, um computador pessoal voltado para múltiplas mídias, em um evento grandioso no Lincoln Center, Nova York. Warhol foi convidado para criar uma obra de arte ao vivo no palco, utilizando a cantora Debbie Harry, da banda Blondie, como modelo. Ele digitalizou uma fotografia de Debbie e a manipulou com o software ProPaint, criando uma imagem que remetia aos seus famosos retratos serigrafados de celebridades como Marilyn Monroe e Elvis Presley.
Warhol adquiriu vários computadores Amiga e começou a criar diversas obras com eles, incluindo um curta-metragem intitulado “YOU ARE THE ONE”, que utilizava imagens digitalizadas de Marilyn Monroe manipuladas no Amiga 1000. Embora o filme não tenha sido exibido durante sua vida, foi descoberto em 2001 e finalmente exibido em 2006 no Museu de Nova Arte em Detroit.
Uma das obras digitais mais conhecidas de Warhol para o Amiga foi a capa da revista Amiga World, apresentando uma imagem de Warhol com um Amiga, que por sua vez mostrava uma imagem de Warhol com um Amiga, em um loop infinito que refletia sua exploração sobre a repetição e a imagem na era moderna.
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